Palavra em Yorúbá que significa benção.
Àwúre chegou pela necessidade de mudar a realidade de comunidades do Brasil que permanecem em uma situação de extrema vulnerabilidade. Chegou como uma benção. Chegou em busca de igualdade, equidade, respeito pela identidade, diversidade e pluralismo dos Povos Originários (Indígenas) Comunidades Tradicionais (quilombolas de terreiros de religiões de matriz africana e ribeirinhas), e comunidades periféricas e para que o trabalho decente e os direitos iguais alcancem a cada um e cada uma.
Em novembro de 2019, durante o 2º Simpósio Nacional e 1º Internacional com o tema: “Indígena, Negro/a, Quilombola e Religioso/ de Matriz Africana. Preconceito, Racismo, Intolerância e Discriminação nas Relações de Trabalho, Produção e Consumo”, representantes do Ministério Público do Trabalho(MPT), da Organização Internacional do Trabalho(OIT), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), especialistas nacionais e internacionais e representantes dos povos originários, de comunidades tradicionais, e do movimento negro se reuniram em Brasília para falar e debater o processo histórico, político, social, econômico e cultural da escravidão e o consequente processo de estigmatização, preconceito, racismo e discriminação racial e religiosa no mundo do trabalho e nas relações de produção e consumo no marco do estado democrático e de direito da República Federativa do Brasil. No simpósio, foram apresentados os desafios para a superação de estigmas étnico-raciais, de gênero e de religião em face das tradições e saberes ancestrais com foco na população indígena, negra, religiosa de matriz africana e quilombola. Foi ainda discutida a relação entre raça, gênero, crença, religião e violência e assédio no mundo do trabalho e das relações de produção e consumo, adotando como marco normativo as Convenções 169 e 190 da OIT, e demais normativas internacionais e nacionais aplicáveis à espécie.
O simpósio foi o marco zero das ações do Àwúre de prevenção e enfrentamento a todas as formas de preconceito, racismo, intolerância e discriminação contra os povos originários e comunidades tradicionais quilombolas e de terreiro. Dele resultou a criação, no âmbito do MPT, em conjunto com a OIT e UNICEF, do Projeto Àwúre, que engloba as diversas ações de prevenção e enfrentamento à exploração das piores formas de trabalho, ao preconceito, racismo, intolerância e discriminação – violações sistemáticas de direitos que afligem a população indígena, negra, quilombola, de terreiro, ribeirinha e juventude periférica.