Localizada no município de Oiapoque, a comunidade do Kulumbu do Patuazinho existe há mais de 20 anos e tem acesso pela BR 156, km 672. Kulumbu foi o primeiro quilombo que nasceu urbano da região do Amapá. Seu nome deriva de um prato típico feito pelos nativos da Guiana Francesa, que mantiveram e ainda mantêm forte relação com o povo. Além disso, Patuazinho é o nome dado ao córrego que serve de porta de entrada para a comunidade.
Nessas terras do Oiapoque, a comunidade quilombola advinda do Maranhão, se estabeleceu com o fortalecimento da relação entre a natureza e as suas práticas afro-religiosas.
Hoje em dia, a situação do Kulumbu do Patuazinho, assim como da maioria das comunidades quilombolas do Amapá, gira em torno da necessidade de permanência na terra e seu direito à titulação. Outro ponto marcante é a dificuldade de acesso aos serviços públicos, com destaque para saúde, educação e saneamento básico. Além disso, eles denunciam que o racismo estrutural por parte dos órgãos públicos do Estado do Amapá, é uma violência constante contra quilombolas, o que os coloca em situação de vulnerabilidade e em estado constante de defesa dos seus direitos fundamentais e humanos.
A região foi visitada no início de julho por representantes da Organização Internacional do Trabalho, do Ministério Público Federal (MPF), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Projeto Àwúre, durante ação da justiça itinerante, o “Jornada Cidadã”. A ação foi organizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8ª. Região (TRT8 – Pará e Amapá) e outras instituições parceiras e atendeu a comunidades indígenas e quilombolas locais. O objetivo agora é consolidar o diagnóstico da situação dessa comunidade e, após essa análise, retornar ao Kulumbu do Patuazinho para implementar ações no âmbito do projeto Àwúre.
O projeto Àwúre é uma iniciativa conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com parceria da UNAIDS e UNOPS.