O mais belo dos belos celebrou este marco aos olhos de baianos e turistas maravilhados com a beleza, e com os rituais do primeiro bloco afro do Brasil.
As ruas do Curuzu, em Salvador, ficaram ainda mais estreitas na noite deste sábado (10). É o Ilê Aiyê que comemora 50 anos e preenche as ruas do bairro de ancestralidade, cultura e beleza.
O mais belo dos belos completou cinco décadas aos olhos de baianos e turistas maravilhados com a beleza e com os rituais do primeiro bloco afro do Brasil.
Personalidades como Caetano Veloso, Luedji Luna, Humberto Carrão e o governador Jerônimo Rodrigues, acompanhado do vice Geraldo Junior, compareceram à celebração.
Ao som de clássicos como “Deusa do Ébano”, “Que bloco é Esse?”, “Mais Belo dos Belos”, o bloco subiu a ladeira do Curuzu acompanhado de deusas e deuses do ébano sob os olhos dos moradores orgulhosos do bairro.
Fundado em novembro de 1974, o Ilê tem um legado de luta contra o racismo e valorização do povo negro com suas raízes africanas.
Influenciadora Tia Má no Curuzu para a tradicional saída do Ilê Aiyê, em Salvador neste sábado — Foto: Sérgio Pedreira/Ag.Picnews
Com música, dança, ilustração e vestuário, o Ilê ainda desenvolve projetos de extensão pedagógica.
O Ilê foi criado em 1º de novembro de 1974, quando Antônio Carlos Vovô, Apolônio de Jesus (1952-1992) e outros moradores do entorno da ladeira do Curuzu decidiram montar um bloco de carnaval formado apenas por negros. Até hoje, apenas pessoas negras podem desfilar no Ilê.
Caetano Veloso na saída do Ilê Aiyê, sábado de carnaval — Foto: Alana Carvalho/iBahia
A identidade visual do bloco foi criado em 1978, pelo artista Jota Cunha. A máscara africana com quatro búzios abertos na testa e que formam uma cruz foi batizada de Perfil Azeviche.
O azeviche é um tipo de mineral negro que é associado ao barro preto das terras de Liberdade e, ao mesmo tempo, à pele negra. O nome da sede do bloco é justamente Senzala do Barro Preto.