
Brasília – O Instituto Socioambiental (ISA) lançou no último dia 16 de junho, em Brasília, a 13ª edição do livro “Povos Indígenas no Brasil 2017-2022”. Considerada uma das mais importantes publicações sobre os povos indígenas no país, o livro destaca a força de mais de 266 povos, uma população que ultrapassa 1,5 milhão de pessoas, falantes de mais de 160 línguas e que vivem em 731 Terras Indígenas, de norte a sul do território nacional.
Parte da série Povos Indígenas no Brasil, publicada desde 1980, a edição atual destaca, na capa, a liderança Watatakalu Yawalapiti, do Território Indígena do Xingu (MT), como forma de destacar o protagonismo das mulheres indígenas. O livro é um instrumento para manter viva a memória coletiva sobre a luta dos povos indígenas brasileiros através dos anos.
Em sua 13a. edição, referente aos anos de 2017 a 2022, a publicação compreende um dos mais conturbados períodos da história indígena pós-redemocratização. Além disso, a publicação conta com um estudo que aponta que a presença de povos indígenas amplia a proteção dos territórios e promove o aumento da biodiversidade e a recuperação de áreas degradadas.
As temáticas do livro passam por políticas e associações indígenas, legislação, territórios indígenas, gestão, manejo e proteção territorial e ambiental, pressões e ameaças impostas pelo avanço de grandes projetos de infraestrutura, desenvolvimento econômico e político, educação, saúde pública, cultura e patrimônio.
Para o oficial nacional de Projeto do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Diego Calixto, a publicação é uma contribuição importante do ISA para tornar conhecida a luta dos povos indígenas no Brasil nos últimos seis anos.
“É importante que os povos indígenas e as comunidades tradicionais conheçam esse material e saibam que no Brasil existem marcos legais, como a Convenção No. 169 da OIT, que assegura a esses grupos participação na tomada de decisões que impactam suas vidas, mediante consulta prévia, livre e esclarecida às suas comunidades e lideranças.”, disse ele.
O lançamento em Brasília reuniu em torno de uma mesa de debate sobre “Os retrocessos e a reconstrução da política indigenista”, a presidente da Funai, Joenia Wapichana, o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas, Eloy Terena, o coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Kleber Karipuna, a assessora especial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Samara Pataxó, e o sócio fundador do ISA, Márcio Santilli. A mediação foi realizada por Adriana Ramos, especialista em política e direito socioambiental do ISA.
Na ocasião, houve a exibição do minidocumentário “Povos Indígenas no Brasil”, baseado no conteúdo do livro. A produção dá destaque à necessidade de proteção dos territórios de povos indígenas isolados no Brasil – que é o país com o maior registro de isolados no mundo, com mais de 100 povos. Atualmente, existem 732 terras indígenas em diferentes fases de reconhecimento, das quais apenas 491 possuem demarcação de território concluída. O documentário faz parte de uma série de produtos que visam expandir a leitura da publicação.
(Com informações do ISA)