Em comemoração ao Dia Internacional da Juventude, celebrado dia 12 de agosto, o Àwúre, uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), Organização internacional do Trabalho (OIT) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), realizou a live ‘Diálogos Àwúre’, com o tema: “Juventudes Livres e Plurais: Políticas de Educação e trabalho”, com convidados que trouxeram conteúdos ricos voltados aos jovens.
Estiveram presentes o estudante Luis Carlos, a jornalista Yawar Tupinambá, a coordenadora Nacional da Coordenadoria de Combate à Exploração do Trabalho da Criança (Coordinfância) e do Adolescente, Ana Maria Villa Real, o gerente de Responsabilidade Social da Claro, Flávio Rodrigues, a gerente de Educação Profissional do Senai – DF, Milla Michelle e o Especialista em Políticas de Emprego e Mercado de Trabalho – Escritório da OIT no Brasil, Aguinaldo Maciente. O apresentador e mediador da live foi o conselheiro jovem do UNICEF Brasil, Felipe Caetano.
A coordenadora Nacional da Coordinfância, Ana Maria Villa Real, comentou sobre a votação da MP 1045 e as emendas da medida provisória que está tramitando no Congresso Nacional. “A aprendizagem profissional hoje era para estar sendo supervalorizada e utilizada para casar com a necessidade econômica dos adolescentes e famílias brasileiras, com a educação e com o combate a evasão escolar e também com a qualificação profissional da mão de obra, e a gente vê um movimento totalmente contrário, pois as Políticas Públicas no Brasil são vazias, inconsistentes”, disse Ana Maria.
O especialista em Políticas de Emprego e Mercado de Trabalho do Escritório da OIT no Brasil, Aguinaldo Maciente, se mostrou preocupado com as oportunidades que muitas vezes não chegam até os adolescentes. “Quanto a qualificação profissional que é a terceira dimensão em que os jovens foram afetados, muitos jovens não puderam experimentar uma primeira experiência de qualificação, seja porque abandonaram os estudos ou deixaram os estudos antes da hora, seja porque os estudos já não eram de boa qualidade e nessa não conseguiram acessar uma primeira oportunidade de qualificação ou emprego, ou não conseguiram completar os cursos técnicos ou cursos de qualificação profissional, e essa é uma situação bastante preocupante”.
O Instituto Claro trabalha para criar impactos relevantes no país, aliando investimentos sociais aos serviços prestados pelo grupo. O gerente de Responsabilidade Social da Claro, Flávio Rodrigues, comentou o que o Instituto tem feito para diminuir a defasagem de jovens qualificados para o mercado de trabalho.
“O Instituto Claro tem 20 anos de história e de investimento em educação e cidadania. Onde se produz e testa novas tecnologias educacionais, onde possa se desenvolver currículos específicos para jovens e adolescentes em situação de atraso escolar para diminuir essa defasagem e o resultado foi surpreendente, ainda com a pandemia a gente conseguiu diminuir em média 15% em mais de 50 municípios. Então, bons exemplos a gente consegue construir em conjunto em parcerias estratégicas e buscando parceiros que queiram fazer diferente, que queiram fazer o país evoluir”.
A jornalista e cineasta, Yawar Tupinambá falou da dificuldade da qualificação profissional dentro das comunidades indígenas. “O que tenho trabalhado hoje é muito mais com cinema do que jornalismo propriamente dito, e existe uma lacuna muito grande aos produtores indígenas que estão fazendo cinema, então isso ainda é muito difícil dentro das comunidades indígenas, você conseguir qualificar jovens para trabalhar com o audiovisual. A gente só vai conseguir representatividade mesmo a partir do momento que a gente estiverem presentes nesses espaços”.
Promovendo a educação profissional, a inovação e a transparência de tecnologias industriais, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai, vem mudando a vida de muitos jovens brasileiros, a gerente de Educação Profissional do Senai DF, Milla Michelle contou como foi a mudança da metodologia dos cursos por conta da pandemia. “O Senai encontrou um grande desafio na pandemia que foi a questão de adaptar as aulas presenciais, e daí a gente encontrou a metodologia mediada por tecnologias. A gente tem uma gama de cursos e o trabalho que a gente vem fazendo dentro da aprendizagem Industrial é um projeto que vem transformando a vida das pessoas, vêm colocando esses jovens no mercado de trabalho, dando oportunidade além de eles levarem o salário para dentro de casa, mas também terem uma profissão, e de alavancar nessa perspectiva. Nós não podemos perder essa luta, perder essa garantia de direitos, que eu acredito que transforma muito o ser humano para enfrentar qualquer dificuldade que o mundo possa trazer”.
Atendido pelo projeto Àwúre, no Recôncavo da Bahia, o estudante Luis Carlos, falou da necessidade de políticas públicas para o avanço do país. “A pandemia é uma grande problemática, a qual a gente precisa ampliar um pouco mais e buscar formas de amenizar esses impactos nessas famílias, claro, não é uma tarefa fácil, a gente deve estar sempre cobrando do Poder Público, políticas que beneficiem essa população e a gente precisa de políticas focalizadas a esses públicos que estão mais marginalizados, buscando o ponto certo nós conseguimos avançar, mesmo que pouco, mas para muitos que não tem quase nada, será um grande avanço”.
O Àwúre busca que o trabalho decente chegue a todas e todos e, para isso, promove ações de educação, aprendizado e profissionalização em seus projetos.
Se você perdeu a live de agosto e quer ver tudo que foi discutido, acesse o link.