A transformação só é possível se existir sonho e ação. E o programa de podcast “E assim Disse a Velha Gayaku Luiza” é mais que um registro de reencontros entre as Casas Jeje Mahi da Bahia, Bogum e Huntoloji. Este projeto é o resultado dessa (re)união, que para além de resgatar memórias reforça um compromisso de escrever novos capítulos da história sobre das relações entre as Casas Jeje da Bahia, a partir de um compromisso de união e de fortalecimento mútuo. O povo de santo traçando caminhos de reencontros, prosperidade e valorização da cultura Jeje Mahi.
Nove anos depois da Fogueira de Gbadé e da viagem ao Benim – que marcaram o primeiro reencontro – as Casas Jeje Mahi se juntam novamente através de seus filhos e filhas. Desta vez, para homenagear o legado e a história de Gayaku Luiza. Esta ação cultural reforça os laços e, com bom humor, presta justa homenagem à uma grande matriarca do Candomblé da Bahia, Dona Luiza Franquelina da Rocha.
O programa de podcast apresenta em 07 episódios um resgate da memória dos “falares”, da “língua” tradicional como operada por parte da família Jeje Mahi. Gayaku Luiza ainda é lembrada como aquela que dominava um tipo de oratória sofisticada, uma espécie de “nagô baiano”, falado apenas entre as famílias negras e suas comunidades localizadas temporalmente entre os séculos XIX e a primeira metade do XX.
- Gayaku Luiza
Dona Luiza teve uma trajetória de vida dedicada aos Voduns e às comunidades tradicionais de Terreiro das três nações Ketu, Mahi e Angola. Além da vivência dentro do terreiro, Gayaku Luiza foi baiana de acarajé, tendo trabalhado nas ruas da velha Bahia entre os anos de 1930 a 1955, ainda no início do século XX, vivenciando aspectos das expressões da língua, dos contos e causos de rua, como contava a famosa história da música: “O que que a baiana tem” de Dorival Caymmi que teve a sua figura como inspiração.
Na função, Gayaku Regina – uma Griot e guardiã do legado de Sinhá Luiza -, os baluartes da tradição Mahi, Avogã Márcio Rocha e Ganypê Valter Pereira, e as vodunsi Dabosi Urânia e Dofona Ana Márcia de Nanã, ambas do Bogum, compartilharam suas lembranças e seu modo de viver para este registro que vai ficar na história.
O projeto foi contemplado pelo Prêmio de Preservação dos bens culturais Populares e Identitários da Bahia Emilia Biancardi 2020, e tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e do Centro de Culturas Populares e Identitárias (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
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