Este ano, o tema da marcha é Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais
A terceira edição da Marcha das Mulheres Indígenas acontece em Brasília, dos dias 11 a 13 de setembro e faz parte de um movimento da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). Espera-se mais de 6 mil lideranças femininas dos seis biomas brasileiros no evento, que também contará com convidadas internacionais.
O tema este ano, Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade pelas Raízes Ancestrais, será base para os debates propostos pelas lideranças indígenas com o objetivo reconexão com a ancestralidade e potências dessas mulheres, além de “fortalecer a atuação das mulheres indígenas que estão com o corpo território em movimento, debater os desafios e propor novos diálogos de incidência na política indígena do Brasil”, como aponta o manifesta da ANMIGA.
A programação contará ainda com rodas de diálogo, grupos de trabalho, plenárias e debates sobre o papel das mulheres indígenas nas lutas dos povos originários e sobre questões socioambientais ligadas aos biomas brasileiros. O evento também vai contar com atividades culturais, feira de artesanatos e desfiles. As atividades acontecerão no Complexo Cultural Funarte, em Brasília.
Superar os mais de 500 anos de apagamento não é simples, mas o manifesto impulsiona: “Estamos dispostas a fazer desse momento a grande retomada da força ancestral da alma e espírito brasileiros. Isso só será possível, se tivermos ao nosso lado, mães, anciãs, caciques e lideranças colaborando com o avanço no diálogo coletivo em prol do bem maior”.
A articulação destaca e celebra a importância do protagonismo político conquistado na última eleição: “Ocupamos a política através da Bancada do Cocar, que contou com 17 candidaturas representativas que pleitearam as eleições a Deputadas Federais e Estaduais. Testemunhamos a vitória histórica das nossas Mulheres Terra, Sônia Guajajara e Célia Xakriabá, que hoje estão nos representando no Ministério dos Povos Indígenas e na Câmara dos Deputados”. As discussões sobre a presença dessa diversidade nas instituições também estão presentes no manifesto divulgado pela ANMIGA.
O texto de convocação para a marcha reafirma a força ancestral das mulheres indígenas e destaca a importância da sua presença em todos os espaços: “Somos muitas, somos múltiplas, somos mil-lheres, cacicas, parteiras, benzedeiras, pajés, agricultoras, professoras, advogadas, enfermeiras e médicas nas múltiplas ciências do Território e da universidade. Somos antropólogas, deputadas e psicólogas. Somos muitas transitando do chão da aldeia para o chão do mundo”.