César Augusto Moreira Bergo, é Presidente do CORECON-DF. Economista, sociólogo e mestre em finanças e especialista em administração estratégica e governança corporativa pela FIA/USP. Professor de pós-graduação universitária e de diversos cursos no mercado financeiro. Atua há mais de 40 anos no mercado financeiro tendo exercido cargos de executivo em bancos, corretoras e distribuidoras de valores, além de possuir diversas certificações para atuar no mercado financeiro.
Determinadas atividades têm menor ou maior valorização de acordo com os incentivos ou vantagens que apresentam ao mercado. Com o surgimento da economia de mercado, não só tudo “o que é produzido é para se vender no mercado, mas também o trabalho, a terra e o próprio dinheiro. A crescente mercantilização de todas as coisas transforma a sociedade em uma sociedade de mercado” (GASDA, 2014, p. 54).
Analisando os efeitos produzidos pela racionalidade econômica sobre o trabalho, pode-se notar que lhe foi conferido um conteúdo muito restrito. A atividade produtiva foi separada de seu sentido, de suas motivações e de seu objeto para converter-se em simples meio de ganhar o salário. A satisfação do trabalho e o prazer da criatividade são eliminados em benefício das satisfações que somente o dinheiro pode comprar.
O tempo é, também, outro importante fator no racional econômico. A invenção do relógio mecânico “tornara possível a mensuração dos períodos de trabalho e, consequentemente, o controle da “produtividade” [1] do trabalho assalariado” (GASDA, 2014, p. 84). O controle do tempo é fundamental para os processos produtivos. “A racionalização desses processos passa pela organização e pela compreensão do tempo que se leva para produzir as mercadorias” (VILHENA, 2012, p. 111).
O mundo parece tão unido em assuntos econômicos, mas mostra-se fragmentando em assuntos de religião. Isso acontece porque no mercado da economia “tudo se torna mercadoria com um valor que é medido pelo dinheiro. O dinheiro é a única coisa que interliga todo o processo” (AHNER, 2009, p. 406). Ele é a primeira e até agora a única “linguagem” universal completamente bem-sucedida. “A verdade é que o dinheiro é a invenção mais extraordinariamente sutil e exata para definir o que as pessoas realmente querem” [2].
[1] Produtividade: quantidade de bens e serviços produzida em uma hora de trabalho.
[2] Nicholas Boyle. Livro Who Are We Now? Citado por ANHER, 2009, p 407.