Laura Berquó é Professora Universitária da UFPB – Campus IV. Advogada. Especialista em Prática Penal Avançada. Mestre em Ciências Jurídicas. Ex- Conselheira Estadual de Direitos Humanos na Paraíba. Ekedi de Oxóssi do Ilê Asé Ojú Ofá Dana Dana
Laroyê, Pombagira Dona Maria Padilha! A Moça mais famosa no Brasil que comanda as legiões de Pombagiras, é sem dúvida Dona Maria Padilha. Seu nome original é espanhol Maria Del Padilha, de origem incerta, espanhola cigana quem sabe, mas que conquistou em idos do século XIV o coração de um príncipe, causando horror por sua ousadia, magias, etc, morrendo aos 27 anos possivelmente vítima da peste bubônica.
É comum o nome de Pombagiras estarem aliadas à magia e ao estilo de vida ciganos ainda que não pertençam a nenhuma etnia cigana. Por isso muitas entidades recebem a alcunha de “Cigana” porque quando encarnadas muito se aproximaram do estilo de vida cigano e se dedicaram aos aspectos da paranormalidade própria da cultura cigana.
Voltando à figura de Dona Maria Padilha, a obra ‘Carmem’ de Prosper Merimée, datada do século XIX e que inspirou a ópera famosa de outro francês, George Bizet, faz referência à célebre entidade, quando narra que a cigana Carmem orava e pedia ao espírito da então cigana de Maria del Padilha proteção e ajuda para resolução de problemas. Trata-se da mesma entidade. Logo, tudo indica que a devoção à Dona Maria Padilha é antiga no continente europeu, tendo chegado ao Brasil por meio de imigrantes ibéricos que a exemplo dos portugueses acreditam em magia, feitiços e bruxas.
Na Ópera podemos ver a dedicação à figura histórica de Dona Maria Del Padilla, através da composição de Gaetano Donizetti com libreto de Gaetano Rossi, obra do século XIX. Tanto Bizet, como Merimée, assim como Donizetti e Rossi pertencem ao período do romantismo onde há a exaltação de figuras femininas do período da Baixa Idade Média. Laroyê, Dona Maria Padilha do Cabaré!