Papa Leão XIV recebe da militante do MST Ayala Ferreira uma imagem de orixá feita com miçangas do candomblé. | Crédito: Vatican Media.
A militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Ayala Ferreira deu ao papa Leão XIV uma imagem de Ossanha feita com miçangas do candomblé.
Ossanha é o orixá -divindade de origem africana cultuada por religiões afro-brasileiras como umbanda e candomblé – associado às folhas e à cura.
Ferreira estava entre cerca de 130 delegados que o papa Leão XIV recebeu, na Sala Paulo VI, no âmbito do V Encontro Internacional de Movimentos Populares e a peregrinação jubilar deles.
Do Brasil, além do MST, participaram representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (CENARAB).
Em seu discurso, o papa lembrou que os encontros no Vaticano com movimentos sociais e organizações ligadas à luta por causas como terra e trabalho foram iniciados pelo papa Francisco.
“Fazendo eco aos apelos de Francisco”, disse Leão XIV, “hoje digo: a terra, a casa e o trabalho são direitos sagrados, pelos quais vale a pena lutar, e quero que me ouçam dizer: Eis-me!, Estou convosco!”.
“A Igreja deve estar convosco: uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja que estende a mão, uma Igreja que assume riscos, uma Igreja corajosa, profética e alegre!”, continuou ele.
“O que considero mais importante é que o vosso serviço seja inspirado pelo amor”, disse. “De fato, quando se formam cooperativas e grupos de trabalho para dar de comer a quem tem fome, abrigar os desabrigados, socorrer os náufragos, cuidar das crianças, criar postos de trabalho, ter acesso à terra e construir casas, devemos lembrar-nos que não estamos a promover ideologia, mas a viver verdadeiramente o Evangelho”.
“No centro do Evangelho está o mandamento do amor, e Jesus disse-nos que o seu próprio rosto está escondido nos rostos e nas feridas dos pobres”, continuou. “É belo ver que os movimentos populares, mesmo perante a reivindicação de justiça, são movidos pelo desejo de amor, contra qualquer individualismo e preconceito”.
Matéria publicada em acidigital.com



