“Wãipa na língua Tupari significa peixe pintado. A Associação Indígena Wãipa busca o fortalecimento da cultura e da alimentação. É uma maneira de usar o nosso território para gerar renda para as famílias que moram aqui, mas sem precisar degradar o meio ambiente”, explica Marciely Ayap Tupari, indígena e moradora da aldeia Tupari.
Marciely faz parte da associação Wãipa que tem suas atividades voltadas para a agricultura familiar sustentável, turismo e cultura indígena. Dentro do território são produzidos alimentos agroecológicos. Essa ação faz parte do projeto Àwúre ”Fortalecendo a Roça sem industrializados”.
A agroecologia é uma “imitação da natureza”. O diferencial em relação à produção orgânica é principalmente o manejo. No Brasil, estão registrados aproximadamente 450 agrotóxicos. Desses, apenas 52 apresentam baixa toxicidade. A Anvisa manifestou que agrotóxicos banidos em países como China, Estados Unidos e países da União Europeia têm atualmente como principal destino o Brasil. Aqui são usados pelo menos dez produtos banidos nesses países.
A procuradora do trabalho, Juliana Mafra, diz que O MPT conhece a difícil realidade dos povos indígenas por meio de visitas, inspeções, escuta prévia, livre e informada e reuniões. “Nosso papel é o de facilitar a comunicação com os indígenas para lhes dar voz, no sentido de conhecer os seus problemas como o descumprimento de seus direitos humanos, em especial o direito ao trabalho decente. A ideia é combater questões como meio ambiente de trabalho insalubre, discriminação, trabalho escravo, construindo soluções com a participação dos interessados, em cumprimento à Convenção 169.”, explica Juliana.
O Projeto Àwúre é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho/GT “Povos Originários e Comunidades Tradicionais “, da Organização Internacional do Trabalho e do Fundo das Nações Unidas para a Infância.